Muito foi dito a respeito de a cidade fictícia criado pelo escritor Erico Verissimo na grandiosa obra "O tempo e o Vento" ser uma cópia da sua amada cidade natal, seu pago como ele se referia. Mas na verdade são duas cidades distintas, Como o autor mesmo disse:
- Ninguém cria do nada...
- O computador de meu cérebro foi programado em Cruz Alta...até meus dezoito anos...
Sendo assim semelhanças são inevitáveis, inevitáveis não copiáveis. Para afirmar a idéia de que são cidades distintas, acrescento duas citações do livro "Um certo Capitão Rodrigo" excerto da obra do Tempo e o Vento.
" De novo Juvenal pensou em seus afazeres. No dia seguinte tinha de sair com a carreta carregada para Cruz Alta, onde ia buscar açúcar, sal, fazendas e bugigangas para a estância dos Amarais e para a venda do Nicolau, que era a única da localidade. Precisava ir dar umas ordens, tomar umas providências, mas apesar de tudo isso ia ficando ...."
"Durante toda a viagem a Cruz Alta levara no peito uma preocupação que em vão se esforçara para vencer."
Mapa de Paulo Von Poser
Os livros em verdade refletem o enfrentamento de seus autores com o mundo. Expressam este enfrentamento. E ainda quando os autores fujam da realidade concreta estarão expressando a sua maneira deformada de enfrentá-la. Estudar é também e sobretudo pensar a prática e pensar a pratica é a melhor maneira de pensar certo. Desta forma, quem estuda não deve perder nenhuma oportunidade, em suas relações com os outros, com a realidade, para assumir uma postura curiosa. A de quem pergunta, a de quem indaga, a de quem busca.
Referências:
Caderno de Leituras. Erico Verissimo; Orientações para o trabalho em sala de aula. Organização e edição Flávio Chaves. Companhia Das Letras. 2005.
VERISSIMO, Erico. Um certo Capitão Rodrigo. 1 ed. Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros. RJ, 2008.
Por Juliana Abreu.
Érico Veríssimo é um monstro literário. Paulista de origem árabe, aprendi a amar o Rio Grande por força da pena de Veríssimo.
ResponderExcluirApenas um senão em tudo isso: por que usurparam o tão merecido Nobel de Literatura?
Aziz Hussni Neto